Alien, o Oitavo Passageiro (Alien) - 1979. Dirigido por Ridley Scott. Escrito por Dan O'Bannon e Ronald Shusett, baseado no livro de Dan O'Bannon. Música Original de Jerry Goldsmith. Direção de Fotografia de Derek Vanlint. Produzido por Gordon Carroll, David Giler e Walter Hill. Brandywine Productions e Twentieth Century-Fox Productions / USA | UK.
São pouquíssimos os filmes de ficção científica que conseguem ultrapassar décadas sem se tornarem datados e consequentemente obsoletos, Alien, o Oitavo Passageiro (1979) de Ridley Scott é um destes, se por um lado o impacto dos sustos que ele provoca foi diminuído com o tempo, uma vez que algumas sequências hoje beiram o grotesco, por outro o suspense que conduz o seu ritmo permanece intacto, assim como a direção de arte, que mais de 30 anos depois, ainda consegue nos convencer de que a trama se passa de fato dentro de uma nave espacial, sem que esta se pareça com uma barca iluminada por pisca-piscas de natal. Apenas com algumas ressalvas, no que tange o visual dos personagens e o monstro propriamente dito, que nos remetem de imediato à época na qual o filme foi produzido, todos os outros aspectos fazem com que sejamos facilmente convencidos de que ele poderia ter sido filmado nos dias de hoje.
Alien realizou o elogiável feito de transpor os limites dos gêneros sob os quais sua trama está firmada, o terror e a sci-fi., se tornando assim um venerado clássico cult, que rendeu três continuações e mais alguns spin-offs caça niqueis. Todo o alarde em torno dele não é de todo injustificável, uma vez que ele vale a pena ser visto não só pelo fato de ter envelhecido bem, mas também pela sua inegável qualidade técnica e estética, pelos nomes envolvidos e pela excelente condução de seu suspense.
Quase toda a trama de Alien se desenrola dentro da nave espacial Nostromo, que realiza uma espécia de arqueologia espacial, a embarcação é tripulada por 7 astronautas, figuras peculiares, cada um deles tem uma função específica na missão, da qual já estão de retorno. Eles estão já na rota de volta para a Terra, quando recebem uma mensagem, que não conseguem decifrar, vinda de um outro planeta, eles decidem pousar e investigar. Durante a missão de reconhecimento um dos astronautas é atacado por uma criatura que se gruda ao seu rosto, seus companheiros o socorrem e o levam de volta para a nave, deixando para trás o planeta desconhecido. Já na nave, após algumas tentativas frustradas da equipe, a criatura se desprende da face do homem e morre logo em seguida. Todos acreditam que a história está acabada e decidem continuar a viagem de volta, sem saberem que um novo tripulante está a bordo: o oitavo passageiro...
Em minha opinião, os melhores aspectos do filme continuam sendo a o peso da regência de Ridley Scott, a direção de arte e os efeitos visuais. Ridley é o responsável pelo filme não ter se tornado uma espécie de horror cômico, daqueles que chamam atenção mais pela sua falta de destreza em tentar nos assustar do que pelos seus atributos dramáticos e técnicos. A direção de arte e os efeitos visuais auxiliam à direção no árduo trabalho de fazer o longa se tornar aquilo que ele se tornou com o tempo: um clássico cultuado por diversas gerações de críticos e cinéfilos. Alien aproveitou da melhor forma possível a influência dos filmes de monstro e produções “B” das décadas anteriores, buscando nelas a temática, que seu roteiro sabiamente transformaria não tão somente em um terror convencional, mas em um intenso suspense psicológico...
A sensação de claustrofobia nos dutos e corredores escuros da Nostromo é indescritível, a ambientação neste caso causa mais apreensão que o próprio monstro. O alienígena raramente aparece em cena, o que torna menos risível sua imagem meio tosca (dada a tecnologia da época) e ainda aumenta o temor acerca de como e quando ele aparecerá novamente, fomentando desta forma o suspense da trama... Outro aspecto legal do filme é podermos através dele conferir o desempenho de atores, como John Hurt e Sigourney Weaver nos primórdios de suas carreiras; Hurt protagoniza uma das sequências mais memoráveis do filme e da história do cinema (a clássica cena do café da manhã), a Weaver interpreta aquela que é no mínimo uma das personagens mais importantes de toda a franquia... Contudo, as atuações em si não trazem praticamente nada de tão extraordinário.
Está prevista para 8 de junho deste ano, a estreia de Prometheus, obra mais recente de Ridley Scott, que promete ser uma espécie de prelúdio da franquia de Alien, este lançamente provavelmente provocará uma onda de revisitação à esta que foi a primeira obra a levar o monstrengo alienígena para as telas do cinema; aquele que embarcar nesta viagem espacial pela primeira vez irá se deparar com um dos filmes mais importantes e influentes do final dos anos 70, época prolífera de Hollywood, com um clássico bem envelhecido que continua funcionando maravilhosamente bem... Recomendo!
Alien ganhou o Oscar na categoria de Melhores Efeitos Visuais e recebeu
uma indicação na de Melhor Direção de Arte.
A revelação das passagens aqui comentadas não compromete a apreciação da obra,
portanto não devem ser consideradas spoilers!
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